A Faculdade Está Morrendo? Você Deve Projetar Sua Própria Educação?
Recentemente uma notícia ganhou destaque na mídia, quando Google, Apple e IBM anunciaram que não estavam mais considerando curso superior em seus processos de seleção. Uma outra notícia recente indica que a Inteligência Artificial está permitindo a personalização do aprendizado. E uma outra notícia relata que cerca de 60% dos jovens que iniciam um curso superior hoje, estão aprendendo profissões que serão automatizadas pela Inteligência Artificial e que provavelmente não encontrarão emprego quando se formarem. A Faculdade Está Morrendo? Você Deve Projetar Sua Própria Educação?
Pesquisando sobre o assunto, encontramos um artigo interessante no site Hackernoon com o título College is Dying, Design Your Own Education, com uma abordagem interessante sobre esse assunto, o qual traduzimos aqui para você. Decidimos trazer este tema para debate e reflexão, uma vez que claramente a Inteligência Artificial vai remodelar o mercado de trabalho, eliminando empregos e criando profissões completamente novas.
O objetivo deste artigo é debater o assunto, permitindo que todos façam uma reflexão e tirem suas próprias conclusões sobre as transformações que estão bem a nossa frente, principalmente na educação. A Faculdade Está Morrendo? Você Deve Projetar Sua Própria Educação? Leia o artigo e deixe sua opinião nos comentários. Boa leitura.
A Faculdade está Morrendo?
A faculdade está morrendo? Não estou me referindo às instituições, elas provavelmente sobreviverão por mais algumas décadas. Estou me referindo ao paradigma.
Um paradigma onde, para adquirir educação, você precisa:
1. Selecionar um único campo de estudo.
2. Estar sem mobilidade, com opções de escolhas reduzidas e dezenas de milhares de dólares para pagar (nos EUA todos os cursos superiores são pagos, seja em instituição pública ou privada).
3. Comprometer-se com um investimento de 4 anos, tendo pouca noção de como seu campo escolhido realmente irá funcionar no mundo real.
4. Ter de contar com a ajuda de um coordenador que diga o que vale a pena aprender em seu campo.
5. Ter professores indicados para você com poucas possibilidades de escolha.
6. Concentrar-se na teoria ao invés da prática, memorizar técnicas de resolução de problemas.
7. Aprender com pessoas que em muitos casos não se importam com seus resultados.
8. Confiar em um documento fornecido por uma instituição para provar que você aprendeu alguma coisa.
Apesar das questões acima, ir para a faculdade tem sido uma escolha inteligente nas gerações anteriores e os números mostram que, em geral, quanto maior a escolaridade, maior a renda. Mas nos últimos 15 anos, duas tendências tornaram essa decisão muito mais questionável:
O preço aumentou e o valor diminuiu.
Vamos começar com o primeiro ponto.
Inflação e Opções Financeiras
No ano letivo de 1987-1988, a taxa de matrícula média anual em uma faculdade pública nos EUA era de 3.190 dólares (ajuste considerando o valor do dólar de hoje).
No ano letivo de 2017–2018, o valor médio da matrícula foi de 9.970 dólares – ou seja, um aumento de 213%.
Se você escolher uma faculdade particular, pagará ainda muito mais – a média para 2017-2018 é de 34.740 $.
Média de mensalidades entre 1980 e 2015 (corrigida pela inflação).
Fonte: Centro Nacional de Estatística da Educação (EUA).
Mais e mais estudantes assumem dívidas para financiar sua educação – cerca de 70% dos graduados universitários deixam a faculdade com dívidas estudantis, e a soma média é de 39.400 dólares.
As pessoas muitas vezes subestimam os danos de se endividar cedo na vida. Não é o dinheiro – é uma questão de opção financeira. A coisa mais valiosa que um jovem tem é o seu “poder de escolha”- localização, ocupação, educação – tudo está em jogo. Ter de começar a pagar as dívidas da faculdade torna os jovens menos propensos a usar melhor suas “opções de escolha” tais como:
- – Fazer um estágio não remunerado sob a tutela de um grande mentor ou renomada instituição.
- – Viajar por seis meses ao sudeste da Ásia.
- – Começar um negócio.
- – Fazer um intercâmbio e aprender inglês na Austrália.
- – Perseguir uma paixão recém descoberta.
E incontáveis outros esforços que alguém pode buscar aos vinte e poucos anos para acumular experiência de vida e aproveitar as oportunidades. Não há nada tão eficaz quanto uma dívida para deixar uma pessoa inerte e nunca explorar sua completa gama de opções. E não são apenas os graduados que têm de pagar a dívida; muitas vezes seus pais também sofrem com o aumento dos custos da faculdade.
Nassim Nicholas Taleb, em seu excelente livro “Skin in the Game: Hidden Asymmetries in Daily Life”, oferece uma visão do pedágio que as instituições de ensino cobram da sociedade:
“É um enorme obstáculo para a classe média, que tem aumentado sua participação em instituições de ensino, transferindo seu dinheiro para burocratas, incorporadores imobiliários, professores titulares de alguma disciplina que não existiria (estudos de gênero, estudos comparativos, literatura, ou economia internacional) e outros parasitas. Nos Estados Unidos, temos um acúmulo de empréstimos estudantis que são transferidos automaticamente para esses extratores de aluguel”.
Como nós podemos justificar esse encargo financeiro? O valor ainda existe?
Inflação da Credencial e Diminuição da Sinalização
Enquanto as mensalidades das faculdades mais do que triplicaram nos últimos 30 anos, o valor de um diploma universitário caiu gradualmente devido à inflação da credencial. Quanto mais pessoas obtêm diplomas, o que costumava ser uma conquista única tornou-se trivial.
Bryan Caplan, em seu livro “The Case against Education: Why the Education System Is a Waste of Time and Money”, argumenta que 80% do valor de um diploma universitário vem do que o grau sinaliza para os empregadores, e não do conhecimento e da experiência adquiridos por meio dele.
Caplan lista três traços de personalidade que um grau sinaliza – inteligência, persistência e conformidade – todos desejados pelos empregadores.
O problema é que essa sinalização é um jogo de soma zero; ganhar um diploma universitário não significa muita coisa se muitas outras pessoas tiverem graduação.
Além disso, deveríamos passar quatro anos em aulas que podem não agregar muita coisa em nossas carreiras só para provar que somos persistentes? Não há outras maneiras de sinalizar inteligência, exceto para memorizar fatos secos que esqueceremos em um ano?
Hoje, mais do que nunca, os meios de aprendizado são abundantes. Grandes avanços na tecnologia e uma nova economia possibilitadas pela internet abrem portas para um novo modelo de educação – aquele em que o indivíduo assume a responsabilidade por seu desenvolvimento, e o caminho aberto por ele sinaliza não somente inteligência e persistência, mas também a curiosidade , ambição e responsabilidade pessoal.
Antigo Paradigma x Novo Paradigma
No inicio deste artigo, listei oito características do antigo paradigma. Agora, vou comparar cada um deles com o novo paradigma.
# Paradigma 1
Antigo Paradigma: Selecione um único campo de estudo.
Novo Paradigma: Combine conhecimento de várias disciplinas para criar um mix único e poderoso.
A economia da internet está criando novas profissões em um ritmo muito rápido para que as universidades consigam criar cursos superiores para suprir a demanda. Muitas dessas profissões exigem duas ou três habilidades diferentes, que não são ensinadas no mesmo nível ou na mesma faculdade.
Tome como exemplo Blockchain, essa nova tecnologia que você provavelmente não sabia que existia há três anos. Um novo campo surgiu na internet e especialistas em criptografia estão em alta demanda. Entender profundamente as criptomoedas requer proficiência em pelo menos três campos: economia, criptografia e ciência da computação.
Outro exemplo: Cientista de Dados. As empresas estão ávidas por profissionais de análise de dados, mas não os encontram. Faculdades não formam estes profissionais, que devem ter habilidades em Matemática e Estatística, Programação e Ciência da Computação e Negócios.
Um conjunto diferente de habilidades é necessário para se tornar um blogueiro de sucesso – outra profissão da era da internet. Só as aulas por escrito não funcionarão, pois você precisa entender de marketing e ter habilidades comerciais suficientes para gerar receita com seu trabalho.
Muitas vezes, as pessoas têm uma combinação única de habilidades e experiências que se separam do grupo. Como Scott Adams (autor de Dilbert) diz:
“Todos têm pelo menos algumas áreas nas quais podem estar entre os 25% melhores com algum esforço. No meu caso, posso desenhar melhor que a maioria das pessoas, mas dificilmente sou um artista. E eu não sou mais engraçado do que um comediante médio, mas eu sou mais engraçado do que a maioria das pessoas. A mágica é que poucas pessoas podem desenhar bem e escrever piadas. É a combinação dos dois que torna o que eu faço tão raro. E quando você acrescenta meu histórico de negócios, de repente tive um tópico que poucos cartunistas poderiam esperar entender sem vivê-lo. O capitalismo recompensa coisas que são raras e valiosas. Você se torna raro, combinando duas ou mais habilidades até que ninguém mais tenha esse mix.”
# Paradigma 2
Antigo Paradigma: Estar sem mobilidade, com opções de escolha reduzidas e dezenas de milhares de dólares para pagar.
Novo Paradigma: Mantenha suas opções em aberto, permaneça independente da localização e livre de dívidas.
Como já mencionei, um dos benefícios de ser jovem é não ter restrições. Você não tem uma família para alimentar e ainda é cedo o suficiente na corrida da vida, o que permite viver diferentes experiências.
Manter-se em uma mesma cidade para fazer sua faculdade por quatro anos, ao mesmo tempo em que se compromete com um cronograma completo e milhares de dólares em dívidas – elimina esse benefício quase inteiramente.
Você pode fazer um curso sobre (quase) qualquer assunto na internet (incluindo cursos de Graduação ou mesmo Mestrado), projetar seu cronograma de aprendizado para se adequar à sua vida e não estar preso à localização.
Você é livre para fazer um trabalho diário que lhe dá uma experiência valiosa, mudar para uma nova cidade para buscar uma oportunidade interessante, testar sua nova ideia de negócio ou iniciar um blog enquanto viaja pelo Vietnã. Você tem opções quase ilimitadas se você opta por adquirir sua educação online.
Quão valiosa seria a experiência de viver algo completamente diferente? Que oportunidades estariam a sua espera?
# Paradigma 3
Antigo Paradigma: Comprometer-se com um investimento de 4 anos, tendo pouca noção de como seu campo escolhido realmente irá funcionar no mundo real.
Novo Paradigma: Comprometa-se com alguns meses de cada vez, reavalie usando a experiência prática no seu campo.
Como você pode escolher um campo para dedicar quatro anos de sua vida se nunca passou um dia trabalhando nele?
E mais importante – por que você faria isso?
Imagine que você queira ser um desenvolvedor de jogos. No mundo antigo, você se inscreveria em um programa de ciência da computação de 4 anos – esperaria que ele oferecesse uma especialização em jogos. Levaria muito tempo para você entrar em contato real com a indústria de jogos, o que é essencial para descobrir se você está realmente no caminho certo.
No novo mundo, você faz o download do mecanismo de jogo gratuitamente, assiste algumas horas de tutoriais e terá seu primeiro jogo rodando e até mesmo publicado como uma app na Apple Store. Talvez até mesmo monetizando seu jogo.
Vai ser difícil, é claro, mas você saberá se isso é realmente para você e ainda estará se divertindo.
Se você achar que isso sim é para você, poderá passar de 6 a 8 meses melhorando suas habilidades, fazendo novos cursos online, juntando-se a uma comunidade de desenvolvedores independentes, interagindo com pessoas da indústria de games no Twitter e tentando conseguir alguns trabalhos.
Uma vez que você venha enfrentar os reais desafios da área na qual deseja trabalhar, poderá decidir se vai continuar investindo nessa área ou vai tentar realizar outra coisa.
Na época dos nossos avós isso era impossível, pois não havia internet. Hoje, podemos experimentar uma profissão antes mesmo de pensar em dedicar nossa vida a ela. Por que não?
# Paradigma 4
Antigo Paradigma: Ter de contar com a ajuda de um coordenador que diga o que vale a pena aprender em seu campo.
Novo Paradigma: Construa seu próprio currículo e atualize-o constantemente à medida que o mundo se transforma e evolui.
Dentro de cada disciplina, há uma enorme variedade de tópicos e as inovações estão acontecendo todos os dias. Quando outras pessoas projetam seu currículo, elas ditam o que vale a pena aprender e o que você deve focar.
O coordenador que cria a agenda de um curso de graduação não tem em mente seus interesses particulares e pode não estar atualizado com os desenvolvimentos mais recentes em seu campo. Isso pode resultar em você gastar tempo em aulas que não atendem às suas metas ou não o interessam de maneira nenhuma.
Vamos voltar ao nosso exemplo de desenvolvedor de jogos.
Você quer se concentrar em jogos para celular ou em jogos de console? Você quer trabalhar para uma grande empresa como a Electronic Arts ou planeja iniciar seu próprio estúdio?
Como você irá responder a essas perguntas determinará em qual linguagem de programação você deve se concentrar e quais habilidades adicionais você deve desenvolver além da criação dos códigos.
Não deixe essas decisões para outra pessoa. Seu tempo é precioso e escasso.
# Paradigma 5
Antigo Paradigma: Ter professores indicados para você com poucas possibilidades de escolha.
Novo Paradigma: Escolha o melhor professor que você pode encontrar para cada assunto.
De quem você aprende é tão importante quanto o que você aprende.
Ao se inscrever na faculdade, você se limita a um punhado de professores que trabalham lá. Ao criar sua própria educação, você pode escolher o melhor professor para cada assunto, aquele que tem a experiência que você procura e o estilo de ensino que de adapta ao que você procura.
Se seu objetivo é entrar na programação Bitcoin, faça um workshop ao vivo com Jimmy Song. Se você quer se tornar um escritor melhor, Malcolm Gladwell oferece um curso online. Se você vai aprender sobre investimentos, ler Buffet e Taleb oferece um ROI (Retorno Sobre o Investimento) mais alto do que qualquer curso de finanças em Harvard (quem você acha que tem mais experiência em finanças: Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo, ou o professor do curso de graduação em finanças de Harvard?).
Malcolm Gladwell, autor de best-sellers como “Outliers” e “Blink”, agora compartilha seu conhecimento em cursos online. Com o tempo, os melhores professores gravitarão em direção ao ensino em grande escala, não na universidade.
Isso não quer dizer que as universidades não tenham bons professores, muito pelo contrário. O problema é que na maioria das vezes a escolha do professor não é sua.
# Paradigma 6
Antigo Paradigma: Concentrar-se na teoria ao invés da prática, memorizar técnicas de resolução de problemas.
Novo Paradigma: Foque na prática e na resolução de problemas reais (mas estude teoria valiosa).
Se você quer ser um designer gráfico, qual opção é mais provável para desenvolver suas habilidades?
- Memorizando fatos sobre a história da arte.
- Descobrir como obter o logotipo certo para o cliente que você recrutou no Upwork.
Upwork – um mercado online para talentos.
Se você escolher a segunda opção, será forçado a responder a perguntas essenciais:
- – Como obtenho uma compreensão clara do que o cliente quer?
- – Devo mostrar ao cliente muitos rascunhos, ou devo esperar até ter um design final?
- – Eu ainda estou gostando disso?
Encontrar as respostas para perguntas como essas o levará mais rápido em direção aos seus objetivos, e se você sentir que não tem conhecimento teórico – nada impede você de consegui-lo. Concentrar-se na aprendizagem prática não significa rejeitar o conhecimento teórico – apenas é necessário convencê-lo de sua utilidade antes de investir seu tempo.
# Paradigma 7
Antigo Paradigma: Aprender com pessoas que não se importam com os seus resultados.
Novo Paradigma: Aprenda com pessoas que dependem da reputação e que se preocupam com o sucesso do aluno.
Isso é fato sobre seu professor na universidade: Ele tem muito pouco a ganhar com o seu sucesso e quase nada a perder se você falhar. Em outras palavras – ele não tem “pele no jogo”, ele não se importa com os seus resultados, simplesmente porque ele não precisa.
Um dos conceitos únicos que encontrei como jogador de poker foi “coaching for profits”, em que um jogador profissional treinava um iniciante em troca de uma porcentagem dos lucros do aluno nas mesas. Se o aluno não fizer nada, o treinador desperdiçará seu tempo, mas se o aluno vencer, ele participará de seu sucesso. Este é um ótimo modelo por dois motivos:
- – O coach só treina os alunos que ele pode ajudar.
- – O coach está comprometido com o sucesso do aluno.
A “Lambda School” é uma startup de sucesso que oferece bootcamps de programação (e Data Science) sem custo inicial – você só paga se conseguir um emprego com salário de pelo menos 50.000 dólares por ano. Quando você se inscreve em um de seus programas, sabe que eles farão o que puderem para você chegar lá, porque o negócio deles depende disso.
Um professor que vende um curso online, por exemplo, tem que competir com outros professores em seu espaço. Se o curso for menos que excelente, é improvável que se destaque, o que impactará diretamente suas finanças.
Os professores que vendem seus produtos e serviços em um mercado aberto precisam conquistar a confiança das pessoas todos os dias ou estarão sempre com críticas ruins. Ou seja, o sucesso do professor, depende da satisfação e sucesso do aluno. Isso faz diferença? Os interesses do professor estarão muito mais alinhados com os seus.
# Paradigma 8
Antigo Paradigma: Confiar em um documento fornecido por uma instituição para provar que você aprendeu alguma coisa.
Novo Paradigma: Tenha seu trabalho relacionado à sua capacidade, não a um mero pedaço de papel.
As pessoas não se importam com os graus; elas se importam se você sabe fazer as coisas. No fim das contas, isso é o que importa. As empresas buscam resolvedores de problemas.
Se você convencer que você pode resolver problemas, os empregadores lhe darão chance. Se você exceder as expectativas deles, eles farão quase tudo para mantê-lo.
Conseguir sua primeira chance é sempre complicado (é óbvio que nada é fácil). Quando eu tinha 21 anos, queria trabalhar com desenvolvimento de software. Eu não tinha nenhuma experiência ou credencial, apenas algumas habilidades básicas que adquiri online, mas estava ansioso para aprender e me adaptar, e estava disposto a trabalhar duro e trabalhar de graça.
Um amigo me ajudou a garantir um estágio não remunerado: trabalhei por cinco meses sem remuneração, o que eu podia fazer porque estava livre de dívidas e tinha algumas economias (mais uma vez, opção financeira).
Quando o projeto terminou, voei para a Colômbia e viajei por cinco meses na América do Sul e, quando voltei, pude usar meu trabalho do projeto anterior para garantir uma posição inicial que pagava três salários mínimos , ou seja, muito mais do que eu precisava para pagar tudo o que eu queria fazer naquele momento da minha vida.
Hoje, ninguém me pergunta porque eu não tenho um diploma. Quando as empresas me contratam como consultor, a única coisa com que elas se importam é com o resultado do que venho fazendo ao longo dos meus nove anos de trabalho e experiência que posso oferecer a elas.
É preciso trabalho e criatividade para colocar o pé na porta, mas você pode ganhar anos da sua vida em troca.
Talvez você ainda deva ir para a faculdade
Não estou sugerindo que ninguém deveria ir ou não para a faculdade, mas precisamos pensar sobre isso como uma das muitas opções, e não um caminho padrão para todos. Na minha opinião, você deve ir para a faculdade se as seguintes condições forem atendidas:
- Você tem certeza de que deseja passar pelo menos uma década da sua vida no campo que está estudando.
- A única maneira de entrar nesse campo é obter um diploma universitário.
Se isso não é para você, então nunca houve um momento melhor para abraçar esse novo modelo de educação.
Um modelo que permite:
- • Combinar conhecimento de algumas disciplinas para criar uma mistura única e poderosa.
- • Manter suas opções abertas, independente e livre de dívidas.
- • Comprometer-se com alguns meses de cada vez, reavaliar usando experiência prática no seu campo.
- • Construir seu próprio currículo e atualizá-lo constantemente à medida que o mundo se transforma e evolui.
- • Escolher o melhor professor que você pode encontrar para cada assunto.
- • Concentrar-se na prática e resolução de problemas reais (mas não deixar de estudar a teoria valiosa).
- • Aprender com pessoas que têm compromisso com seu sucesso.
- • Ter seu trabalho aderente a sua capacidade, não um pedaço de papel.
E se você acha que tudo isso não passa de ilusão, então é melhor começar a rever seus conceitos. Veja este artigo do Correio Braziliense:
Graças à EAD, matrículas do ensino superior voltam a crescer após dois anos
E quando a IA for incorporada ao ensino online, personalizando o aprendizado? O que ainda está por vir?
Sim, este é um tema controverso e com certeza com diferentes pontos de vista. Mas o que ninguém pode negar é que nossa sociedade está passando por uma transformação (que está sendo chamada de quarta revolução industrial) e a Inteligência Artificial requer de cada um de nós uma nova abordagem profissional. E para os jovens isso é ainda mais crítico, pois escolhas tem que ser feitas. Mas afinal, viver é isso. Fazer escolhas!
Equipe DSA
Para os que consideram que a faculdade não é necessária para se trabalhar com Inteligência Artificial, Big data, Machine Learning, etc… Só posso lamentar! O que tenho visto são pessoas que fazem uma rápida leitura sobre determinado assunto (por exemplo, Inteligência Artificial) e, por ter bom conhecimento em informática (não necessariamente vindo de uma graduação) acreditam que tem o embasamento necessário para avaliar e elaborar diferentes modelos. Isto é uma falácia! Existe um embasamento teórico bastante elaborado e complexo por trás de todas estas “técnicas da moda”. E sem a devida compreensão deste embasamento e das premissas que cada técnica… Leia mais »
Concordamos com você Laura. E profissionais ruins, que não buscam a capacitação adequada, existem em qualquer área, em qualquer profissão. A ideia do artigo é exatamente debater um tema que tem sido cada vez mais recorrente!
Existem pessoas que fazem faculdade e não sabem o mínimo da base dos modelos “da moda”. A pessoa precisa ter vontade de aprender, não é o diploma da faculdade que faz isso. Ele é apenas uma boa sinalização disso.
Excelente artigo para uma reflexão.
Vamos colocar a questão por outro prisma: mesmo que você faça um curso presencial nos moldes tradicionais, que seja em uma universidade renomada, o seu conhecimento estará desatualizado em 3 ou 4 anos, no máximo. E o que você vai fazer? Outra faculdade ou pós-graduação? Acho que não é este o caminho. O aprendizado à distância é muito mais adequado à nossa realidade. E a qualidade depende muito mais da vontade do aluno, do que do curso em si. Cito meu caso como exemplo: tenho 60 anos, duas graduações, uma pós-graduação e um mestrado. Todo este conhecimento é insuficiente para… Leia mais »
É o que acreditamos também Luiz.
Eu invisto muito em educação. Fiz faculdade, pós e mestrado, sem mencionar os cursos online que faço até hoje. Mas temos que ser realistas, muito da faculdade a gente mal usa no dia a dia. Muitas pessoas saem da faculdade de matemática e estatística e sequer conseguem iniciar uma demonstração para provar o motivo de usar um método. Não estou falando sobre os casos que nos esquecemos, afinal, não dá para lembrar tudo. Mas muita gente não sabe nem o básico direito. Então é hora de nós que investimos em nosso ensino superior descermos um pouco desse pedestal e achar… Leia mais »
Perfeito Yukio.
O conhecimento é nossa ferramenta para executarmos nossos trabalhos. Quanto maior o conhecimento, maior nossa formação, mais ferramentas estarão à nossa disposição e mais precisos serão os resultados.
O que não podemos é acreditar que uma pessoa é qualificada para determinada função apenas por possuir graduação superior, ou que não seja qualificada por não possuir tal formação. Uma excelente ferramenta nas mãos de um profissional que não seja bom não terá bom desempenho.
Isso mesmo Reinaldo.
[…] “College is Dying, Design Your Own Educacion”, publicado no site Hackernoon e mencinoado no Data Science Academy, mais moldado com a realidade americana, destaca-se que Google, Apple e IBM não consideram mais em […]