Bem-vindo(a) à Parte 2 do nosso guia sobre a Arquitetura Medalhão. No post anterior, falamos sobre o conceito e suas três camadas. Agora é hora de descer até o alicerce: a Camada Bronze.

Muitas vezes a Camada Bronze passa despercebida, mas é justamente aí que mora a base de confiança de todo o ecossistema de dados. É como a fundação de um prédio: pode não ser a parte mais bonita, mas sem ela nada se sustenta. A Bronze é o que garante fidelidade, rastreabilidade e segurança para todo o restante da arquitetura.

Qual é o Propósito da Camada Bronze?

A função da Bronze é simples, mas poderosa: ingerir e armazenar dados exatamente como eles chegam da fonte. Sem maquiagem, sem filtro, sem adaptações. Ela é como um “backup da realidade”, um registro fiel e imutável de tudo o que entrou no seu Data Lakehouse.

Uma boa metáfora é pensar na Bronze como o negativo de uma fotografia. Você pode editar a foto, aplicar filtros, recortar e melhorar (nas camadas Prata e Ouro), mas sempre terá o original intacto para revisitar se precisar reprocessar, corrigir um erro ou mesmo atender uma auditoria.

Características Principais

Na prática, a Bronze tem algumas marcas registradas:

  • Dados Brutos (Raw Data): ficam como chegaram. Um JSON vindo de uma API? Vai para o Lakehouse como JSON. Uma tabela replicada? Vai inteira.
  • Imutabilidade: nada é apagado, nada é sobrescrito. É sempre append-only. Até os erros de origem ficam registrados.
  • Histórico Completo: você não guarda só o presente, mas também o passado como mudanças, atualizações e tudo mais, com técnicas como Change Data Capture.
  • Schema-on-Read: a estrutura dos dados só é interpretada na hora da leitura. Essa flexibilidade é importante quando as fontes mudam de formato ao longo do tempo.
  • Custo Otimizado: afinal, estamos falando de volumes gigantescos. Por isso, são usados formatos como Parquet e compressão para economizar espaço em disco e acelerar o processamento.

Exemplos de Dados

Na Bronze, você pode encontrar desde logs de servidores web e eventos de apps mobile, até payloads JSON de APIs, dados de sensores IoT ou mesmo arquivos CSV/Excel vindos de sistemas antigos. É literalmente o “baú do tesouro” com todas as peças brutas que ainda serão lapidadas.

Por Que Manter os Dados Brutos é Essencial?

Imagine que, três anos depois, sua empresa decide mudar a forma de calcular uma métrica financeira. Sem os dados originais, recalcular o histórico seria impossível. Mas com a Bronze, basta reprocessar os pipelines.

Outro ponto é a auditoria e conformidade: regulações como LGPD e GDPR exigem histórico confiável. Ter os dados originais, intocados, é uma proteção valiosa. Além disso, a Bronze ajuda no desacoplamento entre times: quem cuida da ingestão não precisa se preocupar com as regras de negócio complexas, essas ficam para as próximas camadas.

Conclusão

A Camada Bronze é mais do que um “depósito de dados crus”. Ela é sua rede de segurança, sua garantia de transparência e seu ponto de partida para tudo que será construído depois. Sem ela, qualquer erro ou mudança de estratégia poderia significar retrabalho, perda de histórico ou até problemas legais. Com ela, você sempre terá onde se apoiar.

No fim das contas, a Bronze não é só a primeira camada. É a camada que dá confiança para que todo o resto exista.

Aqui na DSA a Arquitetura Medalhão é estudada em diversos cursos nas Formações:

Formação Engenheiro de Dados 4.0

Formação Arquiteto de Dados 4.0

Formação Engenheiro DataOps 4.0

Formação Apache Spark e Databricks 4.0

Continuamos este guia definitivo na Parte 3.

Equipe DSA